A capacidade funcional ao longo da vida vai diminuindo, e na terceira idade é importante manter a independência e prevenir a incapacidade, por isso é fundamental reabilitar e garantir qualidade de vida. O processo natural de envelhecimento associado às doenças crónicas é o responsável pela limitação do idoso.
Nesta fase da vida é importante focar-nos sempre na prevenção, pois nem sempre o indivíduo irá manifestar sintomas de doença, até o idoso aparentemente saudável requer cuidados, pois as manifestações de doenças nos idosos são: atípicas, sub-clínicas, os sintomas são inespecíficos e geralmente não relatados, o início é insidioso e é muito fácil “perder” um diagnóstico.
As principais ocorrências no idoso são : imobilidade, insuficiência cognitiva, iatrogenia, instabilidade e quedas, incontinência, delírio, demência e depressão.
Assim, existem aspectos a ter em conta nesta área:
- Manutenção da Saúde em idades avançadas
- Manutenção da funcionalidade
- Prevenção de doenças
- Detecção e tratamento precoce
- Máximo grau de independência
- Cuidado e apoio durante doenças terminais
- Tratamentos seguros.
O planeamento para a prevenção de doenças nos idosos consiste em:
- Corrigir os hábitos, tais como, (alimentação equilibrada, inatividade física, tabagismo, obesidade)
- Elaboração de diagnósticos, treinos e terapêuticas adequadas
- Equilibrar os ambientes emocionais
- Ampliar a rede de suporte social (rede de apoio)
- Não deixar que o idoso crie expectativas. Rejeitar a fantasia do “rejuvenescimento ou da eterna juventude”
- Estimular a prática de atividade física aeróbica, para o aumento de resistência, força e flexibilidade, bem como unir os benefícios físicos aos sociais
- Adequar o ambiente doméstico, diminuindo assim o risco de acidentes como quedas e suas conseqüências, muitas vezes de prognóstico sombrio ou duvidoso
- Educar os cuidadores dos idosos dependentes, bem como reconhecer as suas probabilidades em adoecer
- Estar atento aos sinais de maus tratos e denunciá-los. Ao atender um paciente que esteja com algum quadro demencial, o Psicólogo/ Neuropsicólogo necessita ter em mente o que realmente pode fazer para ajudá-lo e acreditar que ele será capaz de aprender, de desenvolver habilidades e responder a estímulos.
O apoio da família
Para que o tratamento inicie e tenha sucesso precisamos da parceria da família. Na maioria dos casos, são os familiares que procuram ajuda para o seu ente querido, dificilmente a própria pessoa toma a iniciativa. Por isso, o cuidador informal e formal necessita de apoio e de esclarecimentos a respeito da doença e do processo psicoterapêutico.
A família deverá estar inserida no atendimento, com reuniões agendadas e com liberdade de contactar com o psicólogo sempre que considere necessário. O atendimento com o paciente, tem por base, estabelecer um vínculo de confiança e empatia.
Esse contacto deverá ser realizado de forma natural e com extrema delicadeza, pois geralmente o paciente encontra-se assustado com os sintomas que já percebe em si mesmo, e que são notados pelas as outras pessoas. Como por exemplo, perguntar a mesma coisa várias vezes, esquecer onde colocou algo, sentir-se perdido no meio da sala, colocar um objecto num lugar estranho ou pouco comum. Muitos chegam fragilizados, deprimidos e chorosos.
O espaço terapêutico deverá ser um lugar de abrigo e acolhimento. Não devemos jamais apontar os esquecimentos e confusões. Apenas os registamos na nossa avaliação.
Conforme o vínculo se for fortalecendo passamos a abordar os seus interesses, do que gosta e não gosta, assim sendo, estabelecemos um plano individual de tratamento, que tem como objectivo principal considerar as suas necessidades e preferências.
Essas necessidades não se limitam às actividades básicas da vida como comer, beber, tomar banho, mas também incluem as questões emocionais, espirituais e de criação de autonomia. O objectivo de um bom plano terapêutico e de treino, tem como prioridade, reforçar e manter as habilidades individuais, promovendo maior qualidade de vida.
É importante envolvê-lo numa rotina de actividades significativas promover o que podemos chamar “um sentir-se útil”, realização e prazer.
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